Al Ahzab 33/37

E lembra-te, Muhammad, de quando disseste a quem¹ Allah agraciou e tu agraciaste: “Retém² tua mulher contigo, e teme a Allah”, enquanto escondias em teu âmago o que Allah te estava mostrando, e receavas os homens, enquanto Allah é mais Digno de que O receies. Então, quando Zaid satisfez seu desejo de estar com ela, fizemo-te com ela casar, para que não houvesse, sobre os crentes, constrangimento em relação às mulheres de seus filhos adotivos, quando estes satisfazem seu desejo de estar com elas. E a ordem de Allah deve ser cumprida.

Dr. Helmi Nasr, 2015

¹ Alusão a Zaid, que foi agraciado duplamente: por Deus, com o Islão, e, pelo Profeta, com a alforria.
² Assim, disse o Profeta a Zaid, quando este manifestou-lhe o desejo de separar-se da mulher, alegando que ela era soberba com ele, em virtude do prestígio que gozava a família dela, em relação à sua.

Recorda-te de quando disseste àquele que Deus agraciou¹, e tu favoreceste: Permanece com tua esposa e teme a Deus!, ocultando em teu coração o que Deus ia revelar;² temais, acaso, mais as pessoas, sabendo que Deus é mais digno de que O temas?³ Porém, quando Zaid resolveu dissolver o seu casamento com a necessária (formalidade),⁴ permitimos que tu a desposasses, a fim de que os fiéis não tivessem inconvenientes em contrair matrimônio com as esposas de seus filhos adotivos,⁵ sempre que estes decidissem separar-se com a necessária (formalidade); e fica sabendo que o mandamento de Deus deve ser cumprido.

Prof. Samir El Hayek, 1974

¹ Este era Zaid, filho de Hariça, um dos primeiros a aceitarem a fé do Islam. Ele foi libertado pelo Profeta, que o amava como a um filho e lhe deu, em casamento, a sua própria prima, Zainab. O matrimônio, contudo, foi infeliz.
² O casamento de Zaid com a prima do Profeta, Zainab, filha de Jahch, foi celebrado em Makka, oito anos antes da Hégira, mas tornou-se um casamento infeliz. Zainab, bem nascida, olhava com altivez para Zaid, o liberto, que havia sido escravo. E ele tampouco era agradável de se olhar. Ambos eram gente boa à sua maneira, e ambos amavam o Profeta, mas havia incompatibilidade de gênio, e isso é fatal para a vida conjugal. Zaid queria divorciar-se dela, mas o Profeta pediu-lhe que se contivesse, e ele obedeceu. Ela era intimamente relacionada com o Profeta; ele lhe havia dado um lindo presente de casamento, em seu matrimônio com Zaid. O povo certamente começaria a falar, se tal casamento fosse desfeito, e a reputação do pobre Zaid ficaria arruinada. Esse era o temor, na mente do Profeta. Porém, casamentos são feitos na terra, não no céu, e não faz parte do Plano de Deus torturar as pessoas com um laço que deveria constituir a fonte da felicidade, mas virtualmente constitui a fonte da miséria. O desejo de Zaid — aliás, o desejo mútuo do casal — foi por algum tempo posto de lado, mas tornou-se finalmente um fato estabelecido, do qual todos chegaram a saber.
³ Quando um casamento é infeliz, o Islam permite e espera que o laço seja dissolvido, contanto que todos os interesses concernentes a ele sejam salvaguardados. Aparentemente não havia herdeiros, então, a serem considerados. Zainab viu realizado o mais caro desejo de seu coração, ao ser elevada à condição de Mãe dos Fieis — com toda a dignidade e responsabilidade dessa posição.
⁴ O Iddat, ou o período de espera após o divórcio (versículo 228 da 2ª Surata, e respectiva nota) foi devidamente completado.
⁵ A superstição e o tabu idólatras sobre os filhos adotivos tinham de ser destruídos (ver os versículos 4-5 desta Surata).

E quando disseste àquele a quem Deus conferiu favores e a quem tu conferiste favores: “Guarda tua esposa para ti e teme a Deus”, enquanto ocultavas em ti o que Deus revelaria. Agias assim por temor aos homens quando era mais decente temer a Deus. E quando Zaid satisfez seu desejo de sua mulher, Nós ta demos em casamento para que os crentes soubessem que não é crime para eles casarem-se com as mulheres de seus filhos adotivos, uma vez que estes tenham satisfeito seu desejo delas. O mandamento de Deus é sempre cumprido.

Mansour Challita, 1970

E lembra-te de quando tu disseste aquele a quem Allah tinha concedido favores e a quem tu também tinhas concedido favores: “Guarda a tua esposa para ti próprio, e teme Allah”. E tu escondeste no teu espírito o que Allah ia trazer à luz, e tu temeste os homens, ao passo que Allah tem mais direito que tu a Ele temesses. Então quando Zaid fez o que ele desejava fazer com ela —divorciou-se dela, Nós juntamo-la em casamento a ti, de modo que não possa haver obstáculo para os crentes no que respeita às esposas de seus filhos adotivos, quando eles tenham levado a cabo o seu desejo de se divorciarem delas. O decreto de Allah deve ser cumprido.

Iqbal Najam, 1988

وَاِذْ تَقُولُ لِلَّذ۪ٓي اَنْعَمَ اللّٰهُ عَلَيْهِ وَاَنْعَمْتَ عَلَيْهِ اَمْسِكْ عَلَيْكَ زَوْجَكَ وَاتَّقِ اللّٰهَ وَتُخْف۪ي ف۪ي نَفْسِكَ مَا اللّٰهُ مُبْد۪يهِ وَتَخْشَى النَّاسَۚ وَاللّٰهُ اَحَقُّ اَنْ تَخْشٰيهُۜ فَلَمَّا قَضٰى زَيْدٌ مِنْهَا وَطَرًا زَوَّجْنَاكَهَا لِكَيْ لَا يَكُونَ عَلَى الْمُؤْمِن۪ينَ حَرَجٌ ف۪ٓي اَزْوَاجِ اَدْعِيَٓائِهِمْ اِذَا قَضَوْا مِنْهُنَّ وَطَرًاۜ وَكَانَ اَمْرُ اللّٰهِ مَفْعُولًا

Al Ahzab 33/37

Alcorão 33/37