Al Kahf 18/9

اَمْ حَسِبْتَ اَنَّ اَصْحَابَ الْكَهْفِ وَالرَّق۪يمِ كَانُوا مِنْ اٰيَاتِنَا عَجَبًا

Al Kahf 18/9

Supões que os Companheiros da Cavema¹ e do Ar-Raqim² sejam, entre nossos sinais, algo de admiração?
(Dr. Helmi Nasr, 2015)

[¹] Não se sabe, ao certo, quem eram estes Companheiros da Caravana nem quando ou onde se protegeram de provável perseguição. Tudo o que o Alcorão diz é que eram jovens crentes, foragidos de uma sociedade repressora, a fim de poderem preservar a crença. Do que se deduz que, possivelmente, se tratava de vítimas de perseguições religiosas, e, no estudo destas perseguições religiosas, relatadas pela História, chegamos a algumas que parecem encaixar-se neste quadro. A primeira hipótese se prenderia à perseguição ocorrida ao tempo do rei seiêucida Antíoco IV, Epifano (175 – 164 “C.Xque, ao apoderar-se do reino sírio, e sendo profundo admirador da civilização helénica, impôs aos judeus da Palestina – dominada, na época, pelos sírios – a religião grega e a anulação do judaísmo. Daí concluir-se que os Companheiros da Caverna eram judeus refugiados de Jerusalém, onde habitavam. Seu despertar dataria, então, de 126 d.C., ou seja, 445 anos antes do nascimento do Profeta Muhammad. A Segunda hipótese se ligaria à perseguição ocorrida no reinado do imperador romano Adriano (117 a 138 d.C.), que, da mesma forma que Antíoco, perseguiu os judeus. Em 13 d.C., os judeus, rebelando- se contra o Império Romano, expulsaram da Palestiana as legiões romanas e apoderaram-se de Jerusalém, que dominaram por três anos. Foi, depois disso, que Adriano, com seu exército, invadiu a Palestina e pôs fim à soberania dos judeus, retomando Jerusalém e extinguindo o judaísmo com a morte de seus líderes e a escravidão de seu povo. Novamente, a História comprova que estes Companheiros eram judeus e provavelmente habitavam Jerusalém. Seu despertar, então, haveria ocorrido cerca de 435 d.C., ou 135 antes do nascimento do Profeta. A maioria dos exegetas, entretanto, aponta a primeira hipótese como a mais congruente com o episódio do Alcorão.
[²] Este nome foi interpretado de vários modos. Dizem uns que se tratava de uma tábua, onde foram escritos os nomes dos Companheiros da Caverna; ou, como preferem outros, o nome do cão destes; outros, ainda, dizem ser o nome do vale, em que se achava a Caverna, ou o nome da montante ou da aldeia.

Pensas, acaso, que os ocupantes da caverna e da inscrição¹ forma algo extraordinário entre os Nossos sinais?
(Prof. Samir El Hayek, 1974)

[¹] Raquim = inscrição. Essa palavra é assim interpretada pelo Jalalain, sendo que a maioria dos exegetas com isso concordam. Ver a nota seguinte. Outros acham que se tratava do nome de um cão; ver o versículo 18 desta surata, mais adiante.

Ou pensas que os companheiros da gruta e de Ar-Raquim constituíam um prodígio entre Nossos sinais?
(Mansour Challita, 1970)

Pensas tu que o Povo da Caverna e a Inscrição eram um portento entre os Nossos Sinais?
(Iqbal Najam, 1988)

Al Kahf 18/9